terça-feira, 26 de abril de 2011

Lembre-se que morrerás

Como costumava dizer poor Tuco, o feio, de the Good the Bad and the Ugly, o mundo é dividido em 2 tipos de pessoas... [a continuação varia]

Mas essa decurrolagem é bem mais antiga, tem até lista de frases que começam assim.
Tem uma que é atribuída a Aristóteles (mas eu duvido muito*) que diz o seguinte:
"As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã."

Perfeito! É simplista mas resume bem. Penso assim faz tempo.
O que eu acho que acontece é o seguinte: em algum momento entre a infância e a vida adulta, a pessoa se dá conta, percebe com plena consciência, que irá morrer um dia. E a essa epifania compulsória seguem-se duas respostas possíveis:
- Vou morrer, não sei quando. Provavelmente não hoje, mas talvez já amanhã. Então vou aproveitar o dia de hoje o máximo possível. Vou buscar ter o máximo de prazer nessa vida efêmera porque sei que o prazer satisfaz, por um instante pelo menos, esse meu corpo decadente;
- Vou morrer, e com minha morte, tudo o que eu fui será esquecido e apagado e substituído. Então de que adianta viver? Existem, contudo, coisas que eu posso realizar em vida que serão lembradas por sua beleza ou grandiosidade ou de cujas consequências afetarão a vida dos que ficarem depois da minha partida. Vou procurar realizar o máximo de coisas para que minha obra seja prova da minha passagem pela vida.

Pra quem não entendeu, segue em bom latin.

Memento Mori !
- Carpe Diem
- Non Omnis Moriar

(tá bom... eu tento traduzir)
Lembre-se que irá morrer
- Aproveite o dia
- Não morrerei completamente

Agora, essas duas respostas só são antagônicas se levadas ao extremo. Quem só quer ter prazer não realiza nada e quem só quer realizar não tem prazer. Mas se você pensar bem, há prazer na realização e há realização no prazer.

Bottom line, "aproveitar a vida" pode significar coisas diferentes para uns e para outros, não há um caminho certo. Qualquer que seja a sua filosofia de vida,
[...bzzzt ...] sentido da vida é [... rhurhuwhruhruwhr ...] para ser feliz [... shshsshshshshshs ... ]
Não, sério, eu juro que eu tinha pensado numa conclusão legal pro texto, desviei a atenção 1 segundo e esqueci o que ia escrever.


* A quote mais próxima que eu encontrei em inglês é esta

sábado, 23 de abril de 2011

Educação infantil

"Não vai lá que tem cobra!"

"Não faz isso que o moço briga com você. O moço é bravo!"

"Se não dormir, a cuca vai te pegar!"

"Se não for um bom menino o ano inteiro, Papai Noel não dá presente!"

...

 

Quando eu vejo os pais usando essas mentiras tentando educar o filho através da impressão de medos e associação desses medos com ações incorretas, duas coisas me vêm à cabeça.


A primeira é que os pais de hoje rejeitam a ideia de educar pela autoridade. Antigamente, se o moleque faz travessura ele apanhava mesmo, novamente ele aprende pelo medo, mas pelo menos é um medo real, o medo da pisa que o pai deu com o cinto. (Não que eu seja a favor disso, só estou observando a mudança de comportamento.)


A segunda é que me parece que um adulto nada mais é que uma criança que adquiriu um número suficiente de medos, se restringindo a agir e falar dentro do pequeno mundo que ele aprendeu que é seguro. Isso significa que essas pessoas terão uma vida longa e feliz, porém aquém do seu real potencial, pois existe uma boa possibilidade de que parte de seu talento tenha sido enterrado em um dos medos que o tornou adulto.


Ao mesmo tempo, quando vejo uma criança fazendo coisas aparentemente sem sentido (propósito) ou perigosas, impulsionada por pura curiosidade e agindo em legítima criatividade, em um eventual momento em que seus pais ou responsáveis não a estão observando, sinto uma profunda admiração.


Às vezes observo o mesmo no louco da rua, mendigo, morador de rua, que aborda os transeuntes aleatoriamente e aparentemente sem esbarrar em nenhum medo.


Mas afinal, o que é o medo?


Discussões relacionadas:

- Pedagogia / Psicologia infantil

- Medo / Virtudes e vícios teologais

- Possibilidades e propósitos

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Como se mede um ser humano?


Tá, podemos pegar uma fita métrica e medir vários atributos físicos. Podemos contar o tempo decorrido desde o momento que ele nasceu, é outra medida. Podemos confeccionar um teste pra ter medida da inteligência ou dos conhecimentos ou até da personalidade de cada pessoa. Tudo isso é válido, é largamente usado, e tem suas finalidades.

Mas não é disso que eu quero falar.

Querendo ou não, estamos sempre julgando a nós mesmos e as pessoas a nossa volta, nos qualificando como superiores ou inferiores. E os critérios dessas medidas subjetivas que fazemos são os mais diversos, segundo nossas crenças, valores, moral, objetivos de vida.

E tem uma medida em especial que me intriga porque existem duas formas de pensar igualmente válidas do ponto de vista racional, mas antagônicas e eu escolho e julgo veemente de uma das formas.

Quem é superior? Quem ajuda o outro pois demonstra ter o poder de fazer algo que aquele que pediu o favor aparentemente não é capaz, ou quem pede ajuda pois demonstra poder articular as pessoas e ampliar suas capacidades para além das suas limitações?

O primeiro pensa: "Eu consigo me virar sozinho, e ainda sobra energia para ajudar aos menos capacitados. Por isso sou superior".
O segundo pensa: "Eu consigo o que quero usando o mínimo de energia própria. Por isso sou superior".

O mais engraçado é pensar que eles precisam um do outro. Quando um pede um favor e o outro o faz, ambos se sentem realizados, tendo demonstrado sua grandeza.

Daqui podem se seguir diversas discussões. Incluindo guerra dos sexos, falso altruismo, ambições.