segunda-feira, 18 de março de 2019

Protagonismo


Quero falar sobre protagonismo. Enquanto possível solução para um problema meio pandêmico na sociedade contemporânea, marcada pelas interações humanas predominantemente digitais.

Pra falar a verdade, não sei o que é protagonismo. Quer dizer, sei que esse termo é usado em algum contexto mas não pesquisei ainda. Me deparei com uma situação em que ela pareceu apropriada, então me apropriei. Vamos ver se bate depois.

Imagina um grupo de whatsapp com pessoas misturadas. Qualquer que tenha sido o motivo para sua criação, ele não perdura; porém o grupo está lá, e as pessoas continuam a usá-lo. Meio que se instaurou uma cultura que rege o conteúdo que se espera encontrar por lá.

Só que, como falei, tem gente de todo tipo. Uma middletown¹ virutal tupiniquim. E ao mesmo tempo em que as perspectivas são diversas, os papeis desempenhados dentro dessa comunidade também.

Temos os protagonistas, que são os que publicam ou compartilham material externo com mais frequência; os coadjuvantes, que apenas reagem ao que aparece na sua frente; e os figurantes, que só estão lá porque todo mundo também está. Poderíamos expandir a metáfora teatral, encontrando o análogo da plateia, do diretor, do dramaturgo... mas se continuar assim termina virando uma patáfora². Pra ideia que queria transmitir, esses três papeis bastam.

O problema surge quando há um desequilíbrio entre a distribuição de interesses e papeis. Ora, a comunidade é feita por pessoas, e tem o conteúdo que as pessoas que lá estão querem que tenha. Nada mais óbvio. Mas quem não faz gol, leva. Se seus interesses estão sub-representados na proporção de conteúdo, é sinal que está faltando protagonismo. Tem muito coadjuvante e figurante, que se incomoda com as publicações de interesse alheio, mas no máximo critica e se manifesta contrário. Isso, se tem algum efeito, é o contrário do esperado. O protagonista encontrou o drama que queria, e vai repetir a cena sempre que tiver o mesmo resultado.

O que eu sugiro é primeiramente, mudar seu papel. Tente ser protagonista, trazendo as informações que aprecia pra comunidade. Outros vão achar ruim, ou vão ignorar, mas você estará ativamente modificando a identidade do grupo simplesmente por postar. E, adicionalmente, não alimente os trolls. Não gostou? Desvia, e deixa passar reto. Basicamente isso.

Naturalmente, o mundo é bem mais complexo que isso. Essa modelagem social e estratégia só vão funcionar em situações bem limitadas, como (hipoteticamente) num grupo de whatsapp, conforme exemplo. Enfim, acho que vale o exercício: menos reclamação e mais iniciativa.

Aproveitando, quer mesmo debater um tema delicado com alguém? Seja cara a cara, ou pela internet, então seguem algumas dicas bem práticas https://ideas.ted.com/6-strategies-to-help-you-turn-heated-dinner-arguments-into-real-conversations/



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Já que estamos quebrando o hiato. Que se registre que tenho inúmeros posts inacabados, e algumas ideias ainda a serem postas em palavras. Não prometo nada, mas eventualmente, uma cornucópia de ideias mirabolantes pode surgir por estas terras.
A ideia corrente na minha cabeça é da "univocidade da perfeição e a convergência das idealizações".