domingo, 29 de maio de 2011

Loop infinito na Wikipedia


Inspirado pelo tooltip do xkcd 903.
Diz lá que qualquer artigo que você pegar na wikipedia (english), se clicar sucessivamente no 1o link que não está dentro de parênteses nem em itálico, você termina invariavelmente chegando em Philosophy.
Testei com alguns artigos aleatórios, e de fato, isso se verificou.
Aí eu me perguntei, "e se continuar com a regra depois de Philosophy?"
Descobri que tem um loop infinito entre Philosophy, Mathematics e Science.
Veja.

Philosophy - Existence - Sense - Physiological - Science - Knowledge - Fact - Information - Sequence - Mathematics - Quantity - Property - Modern philosophy

Daqui a pouco alguém deve surgir com alguma teoria à la código da Bíblia de que todas as previsões do futuro estão contidas na wikipedia é só usar a regra certa de navegação pelos links.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Lembre-se que morrerás

Como costumava dizer poor Tuco, o feio, de the Good the Bad and the Ugly, o mundo é dividido em 2 tipos de pessoas... [a continuação varia]

Mas essa decurrolagem é bem mais antiga, tem até lista de frases que começam assim.
Tem uma que é atribuída a Aristóteles (mas eu duvido muito*) que diz o seguinte:
"As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã."

Perfeito! É simplista mas resume bem. Penso assim faz tempo.
O que eu acho que acontece é o seguinte: em algum momento entre a infância e a vida adulta, a pessoa se dá conta, percebe com plena consciência, que irá morrer um dia. E a essa epifania compulsória seguem-se duas respostas possíveis:
- Vou morrer, não sei quando. Provavelmente não hoje, mas talvez já amanhã. Então vou aproveitar o dia de hoje o máximo possível. Vou buscar ter o máximo de prazer nessa vida efêmera porque sei que o prazer satisfaz, por um instante pelo menos, esse meu corpo decadente;
- Vou morrer, e com minha morte, tudo o que eu fui será esquecido e apagado e substituído. Então de que adianta viver? Existem, contudo, coisas que eu posso realizar em vida que serão lembradas por sua beleza ou grandiosidade ou de cujas consequências afetarão a vida dos que ficarem depois da minha partida. Vou procurar realizar o máximo de coisas para que minha obra seja prova da minha passagem pela vida.

Pra quem não entendeu, segue em bom latin.

Memento Mori !
- Carpe Diem
- Non Omnis Moriar

(tá bom... eu tento traduzir)
Lembre-se que irá morrer
- Aproveite o dia
- Não morrerei completamente

Agora, essas duas respostas só são antagônicas se levadas ao extremo. Quem só quer ter prazer não realiza nada e quem só quer realizar não tem prazer. Mas se você pensar bem, há prazer na realização e há realização no prazer.

Bottom line, "aproveitar a vida" pode significar coisas diferentes para uns e para outros, não há um caminho certo. Qualquer que seja a sua filosofia de vida,
[...bzzzt ...] sentido da vida é [... rhurhuwhruhruwhr ...] para ser feliz [... shshsshshshshshs ... ]
Não, sério, eu juro que eu tinha pensado numa conclusão legal pro texto, desviei a atenção 1 segundo e esqueci o que ia escrever.


* A quote mais próxima que eu encontrei em inglês é esta

sábado, 23 de abril de 2011

Educação infantil

"Não vai lá que tem cobra!"

"Não faz isso que o moço briga com você. O moço é bravo!"

"Se não dormir, a cuca vai te pegar!"

"Se não for um bom menino o ano inteiro, Papai Noel não dá presente!"

...

 

Quando eu vejo os pais usando essas mentiras tentando educar o filho através da impressão de medos e associação desses medos com ações incorretas, duas coisas me vêm à cabeça.


A primeira é que os pais de hoje rejeitam a ideia de educar pela autoridade. Antigamente, se o moleque faz travessura ele apanhava mesmo, novamente ele aprende pelo medo, mas pelo menos é um medo real, o medo da pisa que o pai deu com o cinto. (Não que eu seja a favor disso, só estou observando a mudança de comportamento.)


A segunda é que me parece que um adulto nada mais é que uma criança que adquiriu um número suficiente de medos, se restringindo a agir e falar dentro do pequeno mundo que ele aprendeu que é seguro. Isso significa que essas pessoas terão uma vida longa e feliz, porém aquém do seu real potencial, pois existe uma boa possibilidade de que parte de seu talento tenha sido enterrado em um dos medos que o tornou adulto.


Ao mesmo tempo, quando vejo uma criança fazendo coisas aparentemente sem sentido (propósito) ou perigosas, impulsionada por pura curiosidade e agindo em legítima criatividade, em um eventual momento em que seus pais ou responsáveis não a estão observando, sinto uma profunda admiração.


Às vezes observo o mesmo no louco da rua, mendigo, morador de rua, que aborda os transeuntes aleatoriamente e aparentemente sem esbarrar em nenhum medo.


Mas afinal, o que é o medo?


Discussões relacionadas:

- Pedagogia / Psicologia infantil

- Medo / Virtudes e vícios teologais

- Possibilidades e propósitos

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Como se mede um ser humano?


Tá, podemos pegar uma fita métrica e medir vários atributos físicos. Podemos contar o tempo decorrido desde o momento que ele nasceu, é outra medida. Podemos confeccionar um teste pra ter medida da inteligência ou dos conhecimentos ou até da personalidade de cada pessoa. Tudo isso é válido, é largamente usado, e tem suas finalidades.

Mas não é disso que eu quero falar.

Querendo ou não, estamos sempre julgando a nós mesmos e as pessoas a nossa volta, nos qualificando como superiores ou inferiores. E os critérios dessas medidas subjetivas que fazemos são os mais diversos, segundo nossas crenças, valores, moral, objetivos de vida.

E tem uma medida em especial que me intriga porque existem duas formas de pensar igualmente válidas do ponto de vista racional, mas antagônicas e eu escolho e julgo veemente de uma das formas.

Quem é superior? Quem ajuda o outro pois demonstra ter o poder de fazer algo que aquele que pediu o favor aparentemente não é capaz, ou quem pede ajuda pois demonstra poder articular as pessoas e ampliar suas capacidades para além das suas limitações?

O primeiro pensa: "Eu consigo me virar sozinho, e ainda sobra energia para ajudar aos menos capacitados. Por isso sou superior".
O segundo pensa: "Eu consigo o que quero usando o mínimo de energia própria. Por isso sou superior".

O mais engraçado é pensar que eles precisam um do outro. Quando um pede um favor e o outro o faz, ambos se sentem realizados, tendo demonstrado sua grandeza.

Daqui podem se seguir diversas discussões. Incluindo guerra dos sexos, falso altruismo, ambições.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobre o voto

Comecei a escrever um comentário no blog do grupo ao qual pertence meu primo potiguar-candango-jurista, mas começou a ficar extenso demais pra um comentário de post, puxei pra cá.
http://brasiledesenvolvimento.wordpress.com/2010/08/12/voto-obrigatorio

Nunca votei na vida. Tirei o título de eleitor, fugi da cidade e nunca transferi. Só faço justificar, que não tem fila e vou onde quiser.

Isso significa que não sou cidadão ou pelo menos que sou politicamente alienado? (Espero que sim. Tenho me esforçado.)

Como indivíduo, acho o voto muito insignificante, inexpressivo. Claro, quando junta uma massa, estatisticamente, passa a ser relevante e representativo da vontade coletiva. Mas por que um cientista político tem (explicitamente) o mesmo poder de expressar sua escolha entre os candidatos do que um [substitua por uma classe desprivilegiada qualquer (enquanto eu me poupo de ofender alguem)] ?

{ Deixo os parágrafos intermediários como reticência, tem bastantes pontos a serem desenvolvidos sobre esse tema mas o farei agora.}

Bottom line: Não creio que haja uma relação entre essa manifestação privada chamada voto com o nível de consciência do indivíduo sobre o que é melhor pra todos, quiçá pra si.

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Essa é uma das duas idéias com as quais flerto ultimamente. Chamo de "Individuality Cherishing"; (a outra ainda está muito prematura pra sequer ser nomeada).

terça-feira, 6 de julho de 2010

Cuidado com o dia 17/10/2010


Este é um blog de propósitos gerais. E, pela primeira vez, vou tratar de um assunto técnico. Quando eu digo técnico eu quero dizer, relacionado ao meu trabalho. Por não caber em um tweet estou recorrendo ao blog para relatar o caso mais bizarro que eu já passei ao desenvolver aplicativos web.

javascript:alert(new Date("2010/10/17"))

Este link faz aparecer uma mensagem de alerta. A mensagem deveria conter a data "domingo, 17 de outubro de 2010".

Uns verão essa data, outros verão "sábado, 16 de outubro de 2010".

O que tem essa data de especial? A resposta é: mudança para o horário de verão. E aí, se você usa Windows e ele está configurado para atualizar automaticamente o fuso horário quando começar o horário de verão, isso irá fazer com que qualquer browser (testado no Internet Explorer, Firefox e Chrome) mostrem o dia errado.

E daí? E daí que muita coisa é feita supondo que uma data criada no javascript estará apontando pro dia certo e nesse caso não estará!!

Por exmplo, visite http://www.eyecon.ro/datepicker/ e tente (no Windows e com o ajuste automático de DST) selecionar o fatídico dia 17 de outubro.

Isso é um plugin do jQuery. Eu diria que existem pelo menos 50 aplicações rodando em algum lugar na internet que dependem dele.

Enfim, não há muito o que fazer. Na verdade há, sempre há. Só tem que instanciar o objeto Date setando a hora para 1 ao invés de deixar o default de 0.

javascript:alert(new Date(2010, 10, 17, 1))

Beleza, isso conserta o problema do horário de verão. Mas só porque agora a data vem como 1 hora da manhã ao invés de 0 hora, vários outros problemas são criados, porque ninguém imaginou que alguém passaria uma data com hora diferente de 0.

Ou seja...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Decurrolagens

Descobri que usar uma frase pronta mudando alguns elementos para encaixar em um outro contexto tem um nome; pelo menos em inglês: "snowclone". Em francês também: "Formule toute faite". Mas na wikipedia não tem nada em português. Dicionários e tradutores online não ajudaram em nada também.

Hmm, opa, tá pra nós. Oportunidade de criar uma palavra nova!

Peguei então o mais famoso exemplo brasileiro, que, de tanto ter seu contexto alterado termina perdendo parte do seu efeito imoral original. "X de cu é rola". Substitua X pelo que quiser. Daí o termo Decurrolagem. Mesmo sufixo de bobagem e de sacanagem.

Com o advento da internet, dos memes, e do twitter, esse tipo de item da cultura popular vem se proliferando rapidamente. Tentarei manter este post atualizando com decurrolagens novas. Assim como esse blog se dedica aos snowclones em inglês.

Contribuições são bem vindas.

  1. X de cu é rola
  2. Para bom X, meio Y basta (or: entendedor, palavra)
  3. Ao X as Y (or: vencedor, batatas)
  4. Tá pensando que X é bagunça? (or: travesti)
  5. Misturei X com Activia agora tou cagando e Y (or: Johnny Walker, andando)
  6. X é logo ali (or: África do Sul)
  7. Prefiro ter filho viado do que filho X (or: velha)
  8. Dorgas? Larguei, agora eu sou X
E um dia ainda hei de emplacar a minha...
"Eu não acredito em X, acredito em pessoas."
Onde X tem uma abrangente gama de possibilidades: dinheiro, sistema, promessas, estatísticas, notícias, ...